quarta-feira, 19 de março de 2008

Quase deuses

Ontem assistimos "Quase deuses".
(Acho que nunca falei de filme aqui, né?)

Um filme bacana. Baseado em história real de dois pesquisadores nos EUA, na déc de 30. Um médico-cirurgião branco e um rapaz negro que sonhava em cursar medicina, mas que perdeu anos de investimento bancário para realizar o seu sonho...Restou ao rapaz ser faxineiro do médico branco-exótico ( ou obsessivo-claro, um pesquisador!), que percebeu o pontencial de seu empregado e começou a "investir" e apostar nele . A parceria foi dando certo e aí se desenrola a história que eu não vou contar aqui- nééé?!

Uma das coisas que achei brilhante no filme foi a abordagem suave, mas clara, dos vários relacionamentos que se entreleçam para acontecer a história. Alfred e Vivien/ Alfred e a liga médica/Vivien e sua esposa/ Vivien e a sociedade norte americana da época.

Ah, a academia! Sim, ela tem um lugar singular na história também...Claro, claro...O que me lembrou, aliás, daquele texto do Cristaldo que publiquei aqui no blog por estes dias atrás.

Falando nisso, gostei de Blalock, ao dizer :

-Eu continuo o mesmo hipócrita bastardo... (Acho que a expressão facial de Blalock não poderia ser melhor!)

E gostei muito do que Vivien respondeu:

-Não é por você, é pelo serviço. Gosto do que faço.

Não sei se o diálogo é exatamente assim. Mas foi como ficou em minha memória...

Também nunca saberemos se tais diálogos existiram, mas foi um momento catártico pra mim :)

Gostaria que meus amigos assistissem o filme. É bom compartilhar.

Bjo a todos e saudades sem fim.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Aprendendo a ensinar

Crianças sempre surpreendem...
Eis que decidimos alfabetizar o Vic em português. (Afinal voltamos "logo" para o Brasil... )
Primeira "aula", hoje, comecei perguntando:


-Filho, quais palavras você conhece, que começam com a letra A?

-Hm...Kumo*, Hikooki**,Tanjookai***...

-Ok, filho, mas a mamãe ensina português e vc falou japonês...

-Mamãe, é só traduzir!


* aranha, **avião, ***aniversário


Crianças...

quarta-feira, 5 de março de 2008

Hinamatsuri


Embora não seja feriado, o Hinamatsuri (festival de bonecas, ou dia das meninas) é um dia importante para as famílias japonesas.
Aqui no japão tem dia das meninas e dia dos meninos. Sobre o dia dos meninos vou escrever quando chegar a época. Sobre o dia das meninas escrevo agora, com atraso.

No dia 3 de março, as meninas ganham bonecas, mas não são quaisquer bonecas, são miniaturas que simbolizam a corte japonesa!

Não existe dia das meninas sem um hinadan( plataforma em degraus que aparece no vídeo acima), onde ficam expostas as miniaturas que representam o imperador e a imperatriz, no alto e as demais figuras da corte, descendo, em ordem de importância. As bonecas são feitas de porcelana e usam roupas tradicionais. Cada pequena peça custa uma fortuna!

As meninas recebem as miniaturas como presente dos pais e demais familiares. Peça por peça, desde bebê, as pequeninas vão ganhando os objetos para completar o conjunto todo da corte.

Há também as meninas que recebem o jogo completo do hinadan como herança de família.

Além da plataforma especial, o ambiente é decorado com flores (artificiais ou não) que representam felicidade no casamento (tem que casar, hein, mocinha!), saúde, beleza e tudo que uma japonesinha PRECISA (pelo menos por enquanto) :)

A festa familiar acontece entre doces típicos, shiro sake : uma bebida doce preparada com arroz fermentado (nunca experimentei) e brinaceiras comportadas (de mocinhas), como por exemplo: otedama* (foto ao lado)

No passado acreditava-se ( talvez ainda hoje, em algumas famílias) que o Hinamatsuri afastava os mau sespíritos que cercavam as meninas.

Depois da cerimônia, o hinadan é desmontado e guardado para o ano seguinte. :)


PS: Quer saber mais detalhes? Então dá um clique aqui!

PS1:Acho curioso como a tradição se mantem ao lado do novo, aqui no Japão. Ao mesmo tempo em que há cerimônias típicas como esta, onde podemos perceber que as meninas são (pré) destinadas ao matrimônio e a maternidade, por outro lado vemos, pelas ruas, adolescentes radicalizando com mini-saias, maquiagens ousadas, cabelos coloridos e gargalhadas atípicas. Por um lado, permance a idealização familiar da japonesa comum: esposa e mãe. Por outro lado, vemos adolescentes quebrando paradigmas, com ousadia. Será que estamos presenciando os últimos dias do Hinamatsuri?