domingo, 10 de janeiro de 2016

TREZE ANOS

Todo dia 10 de janeiro relembro o dia mais incrível da minha vida, os últimos minutos antes que eu pudesse ouvir o chorinho do meu bebê e a primeira vez que vi o seu rostinho.  Para mim, ser mãe é uma experiência muito forte. Impossível não me emocionar nesta data tão querida...Hoje, esta é a minha oração:

"Que nossos filhos não sejam desculpas
para nosso medo de enfrentar o mundo
nem para nossa voracidade,
a sede de poder,
ou o acúmulo de bens.
Que nossos filhos não sejam motivo
para permanecermos em casamentos sem amor
ou sem respeito mútuo,
pois essa culpa se tornará para eles
um peso impossível de carregar.
Que nossos filhos não sejam educados
como uma forma de realizar nossas frustrações
nem como porta-vozes de nossa omissão.
Não pretendamos que os filhos tragam a solução para a solidão,
porque ninguém pode assumir a solidão de outrem.
Que nossos filhos exerçam somente
a busca por iluminar suas próprias almas.
E que nós, pais,
sejamos apenas guardiões
dessas sementes desabrochando."

Texto de Roberto Shinyashiki

Foto de Victor Sunaga por Henderson Moret

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

A felicidade das estrelas


Achei genial a charge acima. Felicidade é tema que nunca sai de pauta. Já muitos filósofos pensaram sobre este tema. Mas, filósofos são chatos, cansativos e convidam-nos a pensar e, pensar, dá muito trabalho...Interessantes e excitantes são os profissionais que oferecem respostas práticas e caminhos rápidos para a "felicidade".

É comum encontrarmos vendedores divulgando seus produtos tendo como referência pessoas famosas. Tenha os cabelos das estrelas, as unhas das estrelas, o sorriso das estrelas, o corpo das estrelas, a vida das estrelas... Um momento de silêncio, de espera, num mundo que gira às pressas, incomoda muito. Melhor entreter as gentes com imagens que as gentes gostam de ver. Televisores ligados nos canais mais populares, digamos assim, e revistas-lixo são frequentemente encontradas- aos montes- como opção de lazer nas salas de espera.

Aquele papo aristotélico de eudaimonia é coisa do passado.  Agora, os famosos do mundo artístico é que são tomados como modelo de "vida boa", de "vida feliz".  (Aliás, no nosso tempo é um dever acompanhar as novelas e a vida de artistas, se quisermos ter assunto em qualquer ocasião.)

Acontece que, no fim das contas, a forma de agir das pessoas reflete sempre uma forma de pensar, a busca de um ideal. Se o ideal hoje é o personagem famoso e bonito da televisão, o investimento da massa vai ser nesse sentido. O objetivo de vida passa a ser, então, a felicidade aos moldes da TV. Artistas e famosos tornam-se a inspiração de seus seguidores.

Como todos os mortais, os lindões da TV vão envelhecendo e sendo substituídos por outros mais novos. O tempo naturalmente passa também para os telespectadores, que não se percebem ridículos correndo em busca daquele padrão cristalizado nas imagens da TV e das revistas. Para evitar o encontro com o vazio de suas existências, os telespectadores seguem consumindo loucamente mais e mais produtos com promessas de "felicidade". Viciados no estado de euforia que cada produto novo traz, os miseráveis  de espírito mantem a riqueza (financeira) de quem lhes rouba a alma.

Um dos  resultados desse modo de vida médio é o esvaziamento da humanidade das pessoas na proporção do seu  inchaço com artefatos desnecessários. Acúmulo de bens materiais e esvaziamento de significado, de vida, ou de espiritualidade, por assim dizer...

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Ouvindo quem entende sobre desenvolvimento social e combate à miséria

Tem gente que se acha super politizada ao criticar os programas do governo de combate à fome, à miséria, à pobreza. Cheios de preconceitos enchem suas bocas (e timelines) de críticas destrutivas. Apequenam-se a cada crítica sem fundamento e a cada bobagem que divulgam...Essa espécie geralmente recusa-se a ler muito mais do que frases de impacto no facebook e em pensar fora da caixa. :/

Para os outros, segue abaixo o vídeo de uma entrevista muito boa que o Nassif fez com quem realmente entende do assunto, porque estudou profundamente, analisou dados concretos e refletiu sobre a desigualdade social em nosso país: Ricardo Paes de Barros.Também tem a versão escrita no jornal GGN ;)