- Minha sensei* falou que cuida das flores pra gente!
Numa manhã de segunda feira, finalmente vimos sua tulipa púrpura. Victor ficou encantado. Perguntou:
-Mamãe, o que aconteceu? Foi mágica?
(Tudo o que ele gosta e não sabe explicar, pergunta para os adultos se trata-se de mágica.)
-Não filho, não foi mágica. Foi o seu cuidado. A semente virou flor porque você cuidou dela!
-Ela não é linda mamãe? Minha chuurippu**...
-É sim Vic, todas as flores são lindas!
Mas nós não sabíamos que as tulipas têm vida curta. Depois de uma semana, o Vic voltou triste da escola e a primeira coisa que ouvi dele foi:
-Minha chuurippu morreu, mamãe!
-Filho, as flores são lindas, mas morrem um dia. E outras nascem...
Ele ficou calado.
À noite, Alex desavisado, contou para o Victor uma história sobre um menino que amava muito a sua florzinha e cuidava bem dela.
Quando a história chegou ao fim, Vic estava chorando baixinho. Lembrou-se de sua "chuurippu" e contou para o papai que sua florzinha tinha morrido.
Explicamos a ele, mais uma vez, que as plantas nascem, crescem e morrem. Mas que outras novas nascem...Abraçamos o nosso filhote.
Falei que tudo ficaria bem:
-Papai e mamãe estão aqui com você. E outro dia você pode plantar outra semente...
Ele respondeu chorando:
-Mas aquela era a minha chuurippu...
Ficamos todos agarradinhos até o Vic domir.
Outro dia, novo dia. O luto já havia sido feito.
Uma semana depois, nosso menino, de olhos grandes e brilhantes, voltou alegre da escola. Estava com uma caixa de leite cortada ao meio e entreaberta.
-Minha chuurippu morreu, mamãe!
-Filho, as flores são lindas, mas morrem um dia. E outras nascem...
Ele ficou calado.
À noite, Alex desavisado, contou para o Victor uma história sobre um menino que amava muito a sua florzinha e cuidava bem dela.
Quando a história chegou ao fim, Vic estava chorando baixinho. Lembrou-se de sua "chuurippu" e contou para o papai que sua florzinha tinha morrido.
Explicamos a ele, mais uma vez, que as plantas nascem, crescem e morrem. Mas que outras novas nascem...Abraçamos o nosso filhote.
Falei que tudo ficaria bem:
-Papai e mamãe estão aqui com você. E outro dia você pode plantar outra semente...
Ele respondeu chorando:
-Mas aquela era a minha chuurippu...
Ficamos todos agarradinhos até o Vic domir.
Outro dia, novo dia. O luto já havia sido feito.
Uma semana depois, nosso menino, de olhos grandes e brilhantes, voltou alegre da escola. Estava com uma caixa de leite cortada ao meio e entreaberta.
-Que tem aí dentro, filho?
-É o meu bichinho! Olha...
-Que?!
-Este é o meu dango-mushi***!
Um tatuzinho encontrado no jardim da escola, era a bola da vez.
-Você falou que no apartamento não pode ter cachorro, nem gato... Esse é bem pequenininho e não faz sujeira. Daijoubu****, né, mamãe?
-Filho, talvez o Sr. Tatu Bolinha prefira ficar passeando no jardim da escola. Tatus gostam de terra e de plantas.
-Não, esse aqui é diferente dos outros. Ele é meu bichinho, vou cuidar bem dele!
-Hmm... Você pode experimentar, mas ele vive poucos dias, tá?
-Mamãe eu vou cuidar bem dele!
-Tudo bem, só quero que você saiba que ele vive poucos dias.
Mais tarde...
-Mamãe, eu perdi a Tatu Bola! Mamãe, me ajuda achar ela!
-Filho, talvez ele tenha saído para procurar uma plantinha...
-Mamãe, se ela tentar atravessar a rua, ela vai morrer!
-Filho, está tudo bem. Deixe o tatuzinho passear. Acho que ele já encontrou alguma planta, aqui mesmo, dentro do shopping...
Mas o menino Victor ficou frustrado. Continuou olhando para o chão enquanto saíamos do shopping. Ficou calado até chegarmos em casa. Depois voltou, aos poucos, a conversar.
E a vida continua...
Por esses dias:
-Mamãe, quando a gente voltar para o Brasil eu posso ter um cachorrinho?
-Pode sim, filho.
-E ainda falta muito pra gente voltar pro Brasil?
... Navegar é preciso. Sonhar também.
* sensei = professora
**chuurippu = tulipa
***dango mushi = tatu bolinha
**** Daijoubu = Tudo bem
-É o meu bichinho! Olha...
-Que?!
-Este é o meu dango-mushi***!
Um tatuzinho encontrado no jardim da escola, era a bola da vez.
-Você falou que no apartamento não pode ter cachorro, nem gato... Esse é bem pequenininho e não faz sujeira. Daijoubu****, né, mamãe?
-Filho, talvez o Sr. Tatu Bolinha prefira ficar passeando no jardim da escola. Tatus gostam de terra e de plantas.
-Não, esse aqui é diferente dos outros. Ele é meu bichinho, vou cuidar bem dele!
-Hmm... Você pode experimentar, mas ele vive poucos dias, tá?
-Mamãe eu vou cuidar bem dele!
-Tudo bem, só quero que você saiba que ele vive poucos dias.
Mais tarde...
-Mamãe, eu perdi a Tatu Bola! Mamãe, me ajuda achar ela!
-Filho, talvez ele tenha saído para procurar uma plantinha...
-Mamãe, se ela tentar atravessar a rua, ela vai morrer!
-Filho, está tudo bem. Deixe o tatuzinho passear. Acho que ele já encontrou alguma planta, aqui mesmo, dentro do shopping...
Mas o menino Victor ficou frustrado. Continuou olhando para o chão enquanto saíamos do shopping. Ficou calado até chegarmos em casa. Depois voltou, aos poucos, a conversar.
E a vida continua...
Por esses dias:
-Mamãe, quando a gente voltar para o Brasil eu posso ter um cachorrinho?
-Pode sim, filho.
-E ainda falta muito pra gente voltar pro Brasil?
... Navegar é preciso. Sonhar também.
* sensei = professora
**chuurippu = tulipa
***dango mushi = tatu bolinha
**** Daijoubu = Tudo bem