quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

No tal capital.

Sei que o 25 de dezembro já passou aí no Brasil. (Aqui também, acreditem!) Mas os jingles de natal ainda estão tocando pelo comércio e os enfeites natalinos também ficam expostos até a primeira ou segunda semana de janeiro, que eu saiba. Então, ainda em rítmo de Natal, acho que é cabível mencionar algo mais sobre este tema...

Já escrevi, eu mesma, sobre como é o Natal aqui no Japão. Mas escrevi sobre minha perspectiva. No blog do Darcy li algo diferente do que escrevi, mais abrangente. Achei boa informação sobre como é vivido/visto este dia pelos japoneses, em geral. Uma curiosidade cultural, aos amigos que estão aí do outro lado do mundo...

Para ler o post dele, pode clicar AQUI.

No mais, o que consigo acrescentar é:

JESUS NASCEU! FELIZ NATAL! BEBA COCA COLA!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Sobre o Post: Absurdos do Cotidiano ETC

O Henderson, que está aí do Brasil, enviou pra mim um link com um pequeno texto que o Dimentein escreveu sobre o mesmo assunto que escrevi no dia 11 de dezembro. Não penso diferente do jornalista, apenas destacamos pontos diferentes sobre o mesmo assunto. Aliás, gosto de ler o Dimenstein. E a partir desta contribução do Henderson, me deu até vontade de voltar a ler o jornalista.

Arigatoo, Mr. henderson! :*

Ah, outra coisa! Tem alguns amigos, colegas, cidadãos enfim, que comentam sobre o blog em meu depoimento no orkut. Podem postar aqui em "comentários" sem medo de ser feliz. :)Acreditem, nada do que for escrito aqui vai ser usado contra vocês no tribunal. Não por mim, podem apostar!

De qualquer maneira, agradeço a todos os que carinhosamente têm vindo aqui me visitar e têm -ou não- deixado algum sinalzinho de vida e de visita. Arigatoo a todos! :)

domingo, 23 de dezembro de 2007

Isto não é sério.

Como o próprio título diz, isto não é sério. Nada sério. Portanto se você continuar lendo este post banal até a última linha, não aceito reclamações. Está bem avisado que este é um post absolutamente irrelevante.

Hoje, ao ler uma notícia num jornal brasileiro, pensei nas muitas vezes em que ouvi rapazes se perguntando, ou me perguntando, enfim, tendo uma dúvida que lhes parecia cruel:
-"O que as mulheres tanto fazem no banheiro?"

Há anos percebo que os mocinhos ficam muito curiosos a este respeito. Quando notam as mocinhas indo ao banheiro sempre que chegam à uma festa, restaurante e outros lugares começam inclusive as elucubrações, entre eles, sobre as -supostas -reuniões das luluzinhas nas pipi'houses. E estas visitinhas ao toilet se repetem, geralmente, mais vezes do que eles esperam. (E , falando nisso, como esperam!)

Oras, respondo já e de uma vez por todas. Há muito o que se fazer em um banheiro...Inclusive, nos dos aviões. Confiram abaixo dois curiosos exemplos:

Mulher dá à luz no banheiro de avião francês durante vôo http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u91099.shtml

Mulher com flatulência obriga avião a fazer pouso forçado nos EUA http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u102562.shtml

Ah, e quem não se lembra daquele caso em que uma mulher ficou presa ao vaso sanitário do avião? A madame ficou presa graças ao vácuo que deveria fazer a sucção de toda a sujeira (apenas) que caísse ali. Pobre mulher! Quantos se lembram dela ( ou de seu caso bizarro) pelo mundo? Certamente se lhe fosse dada uma segunda chance ela preferiria morrer desconhecida...Enfim, teve seu momento de fama...

Então retomo a pergunta visceral dos mocinhos ingênuos:
-"O que tanto as mulheres fazem no banheiro?"
Não, tolinhos! Mulheres não vão ao banheiro apenas para retocar a maquiagem ou para fazer reuniõezinhas a respeito de mocinhos. Há muito mais humanidade nas mademoiselles que os coraçõezinhos platônicos possam desejar.

Era isto. Um "momento bobagem" meu. Leu até aqui? Eu avisei...

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Curiosidade: Você sabia que aqui no Japão, geralmente o vaso sanitário e o chuveiro/ofurô ficam em cômodos separados?

sábado, 22 de dezembro de 2007

Tudo passa. Estamos bem.

Talvez alguns amigos ainda não saibam, mas o Alex está de repouso em casa por estes dias. Teve febre de 39 graus na noite de segunda para terça e muita dor ao respirar. Fomos ao médico logo pela manhã e, depois de alguns exames veio o dianóstico: pneumonia. Foi um susto muito grande. Uma correria. E por um dia inteiro, desespero ( de minha parte) e sofrimento (da parte do Alex). O primeiro médico achou que deverímos interná-lo e encaminhou-o a um hospital universitário, numa outra cidade. Depois de mais exames no hospital sugerido pelo médico da clínica que fomos pela manhã, a médica responsável confirmou o diagnóstico. Porém, liberou o Alex para repousar em casa. Serão, ao todo, sete dias de repouso em casa, medicação e alguns cuidados especiais.Na próxima quarta feira retornaremos ao hospital e saberemos o resultado do tratamento e o que mais deverá ser feito, ou não. Agora está tudo caminhando muito bem.
O Vic também está gripado, com a gargantinha irritada, mas sem febre. Levei o pequeno ao médico, um dia depois de acomodar bem o Alex em casa. Fiquei preocupada que tivesse mais um moribundo em casa. Mas não é o caso, Vic está apenas gripado. Aliás está cheio de energia, apesar da gripe. Está sendo medicado e, diferente do pai, pode seguir com suas atividades normalmente.
Agora, passado o susto, as dores fortes do Alex e sua febre alta, já estamos num clima bem mais sossegado e até alegre em casa.Estamos, inclusive, saboreando a oportunidade rara de ficarmos bastante tempo juntos aqui no Japão. Ontem à tarde, enquanto o Vic estava na escola, Alex e eu até aproveitamos para assistir um documentário que gostamos muito.
Para não deixar alguém curioso (eu ficaria) o nome do documentário é: Oscar Niemeyer- a vida é um sopro. Senti que ele é uma vida bonita. Aliás, achei muito bonita a simplicidade e a leveza do arquiteto. Interessante ouví-lo falar sobre as obras públicas que criou, enquanto lembrava-se, ou lembrava-nos, que quis fazer algo bonito para os pobres também poderem admirar o belo. Pessoas assim, sempre me fascinam. Pessoas que se importam em fazer diferença na/para a socidade. Que se preocupam em melhorar a vida dos desfavorecidos. Como ele mesmo destaca, quem, hoje, no Brasil, pode usufruir do serviço de um arquiteto?
A gente vive numa correria tão miserável. E nesta correria por melhorar a nossa própria qualidade de vida, a nossa própria imagem, enfim, o nosso próprio umbigo, acabamos por não ver o tempo passar. Infelizmente, num piscar de olhos tudo simplesmente pode acabar. Espantoso, tudo pode acabar num segundo...


Elogio da sombra
Jorge Luis Borges
A velhice (tal é o nome que os outros lhe dão)
pode ser o tempo de nossa felicidade.
O animal morreu ou quase morreu.
Restam o homem e sua alma.
Vivo entre formas luminosas e vagas
que não são ainda a escuridão.
Buenos Aires,
que antes se espalhava em subúrbios
em direção à planície incessante,
voltou a ser La Recoleta, o Retiro,
as imprecisas ruas do Once
e as precárias casas velhas
que ainda chamamos o Sul.
Sempre em minha vida foram demasiadas as coisas;
Demócrito de Abdera arrancou os próprios olhos para pensar;
o tempo foi meu Demócrito.
Esta penumbra é lenta e não dói;
flui por um manso declive
e se parece à eternidade.
Meus amigos não têm rosto,
as mulheres são aquilo que foram há tantos anos,
as esquinas podem ser outras,
não há letras nas páginas dos livros.
Tudo isso deveria atemorizar-me,
mas é um deleite, um retorno.
Das gerações dos textos que há na terra
só terei lido uns poucos,
os que continuo lendo na memória,
lendo e transformando.
Do Sul, do Leste, do Oeste, do Norte
convergem os caminhos que me trouxeram
a meu secreto centro.
Esses caminhos foram ecos e passos,
mulheres, homens, agonias, ressurreições,
dias e noites,
entressonhos e sonhos,
cada ínfimo instante do ontem
e dos ontens do mundo,
a firme espada do dinamarquês e a lua do persa,
os atos dos mortos,
o compartilhado amor, as palavras,
Emerson e a neve e tantas coisas.
Agora posso esquecê-las. Chego a meu centro,
a minha álgebra e minha chave,
a meu espelho.
Breve saberei quem sou.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Jingoru Beru*!

Sexta feira fomos à escola do Vic para ver as apresentações de fim de ano das crianças. Os pequenos dançaram, tocaram e cantaram. As professoras do jardim de infância, por aqui, fazem um grande trabalho! (Desta vez o Vic tocou sino. Na festa anterior tinha sido pandeiro.)
Fico sempre impressionada ao ver aqueles pequenos, principalmente os menores (de três anos de idade) tão organizados e disciplinados. O que mais me surpreende é o fato das professoras conseguirem este resultado, quase inacreditável, sem gritarias ou qualquer outra tortura.Fico pensando como deve ser difícil o trabalho delas e faço uma projeção pela dificuldade que tenho em cuidar bem de apenas um em casa...Definitivamente, não é fácil ser educador.
Considero disciplina e organização ítens importantes de sobrevivência satisfatória neste mundo. Fico feliz que meu filho esteja aprendendo estas qualidades que eu não tenho. Sobretudo disciplina, um ponto muito fraco meu e forte do Alex.
Mas, desta vez, o que gostaria mesmo de contar é sobre o natal, ou a noção de natal que temos encontrado por aqui...E por isto volto a falar na festa de sexta feira, no jardim de infância...
Como a última sexta feira foi um dia (repetindo) de apresentações de fim de ano, as professoras usaram o natal como pano de fundo da festa. Tinha um pinheirinmho decorado, com luzes inclusive, no salão da escola. E eu ri muito com o esforço dos pequeninos dissonantes, praticamente berrando em coro: Jingoru Beru! Jingoru Beru! Uma graça...Inesquecível!
Foi um festival interessante...As mães que fazem parte da APM, também fizeram uma pequena apresentação para as crianças. Elas se vestiram de Minnie Mouse e dançaram a música do Mickey Mouse, graciosamente...As crianças ficaram encantadas...O Vic até me perguntou se eu também não gostaria de ir dançar "Mickey Mouse" lá com as outras mães...(Felizmente, esta não era uma opção, e expliquei isto para ele.)
A festa terminou com a surpreendente aparição de um Papai Noel no salão da escola. Foi bem engraçado. Um Papai Noel (nipônico!) era uma das últimas coisas que eu esperava encontrar nesta nossa longa viagem ao Japão. (Também não esperava ouvir jingles de natal, nem ver pinheirinhos ilumindos, enfim...)
O Papai Noel foi recebido com uma euforia (organizada) pelas crianças. Seus olhinhos brilhavam e eles apontavam para o Noel dizendo:
-Olha! O Santa Curos!!! Santa Curos!!!
Muito gostoso ver os olhares cintilantes das crianças diante de uma agradável surpresa. O Vic arregalou seus olhos grandes e abriu um bocão feliz! De longe olhou pra gente e sorriu grandão! Alex, um mês atrás, falou para ele que Papai Noel não existe. Explicou que são os pais das crianças que trabalham e compram presentes para elas. E o menino,depois de ouvir a frustrante verdade do seu pai, sempre que via um boneco do papai Noel, repetia a lição que aprendeu em casa...(As crianças pequenas são muito repetitivas.Parece uma forma que elas têm de assimilar o mundo...)
Bem, quando o papai Noel japonês entrou com o saco de presentes nas costas, o Vic desistiu da lição que o seu pai ensinou. (Na verdade, nós tinhamos certeza de que o Vic sabia que era apenas um homem fantasiado...)
O Santa Claus, ou Santa Curos, como diziam as nipo criancinhas ( e o meu filho!), chegou saudando a todos com seu inglês japonesado: Meru Kurismas! Fez pequenas perguntas em "inglês" para a garotada, enfatizando que Papai Noel Speak English, como o Mickey Mouse...
Depois entregou presentes aos aluninhos, um a um...Foi tudo bem divertido, leve e organizado.
Festa finda, já no carro, o Vic foi abriu os presentes. Ganhou um pedaço grande, delicioso (experimentei!) e lindo de bolo de chocolate, um livro, um jogo e um brinquedinho.
Conclusão do Victor:
-Viu, mamãe? O meu papai estava errado. O papai Noel existe mesmo! Mas ele fala um pouco errado, né? (Referindo-se ao inglês nipônico do artista...)
Ho Ho Ho...

* Jingoru Beru é a forma como, geralmente, os japoneses pronunciam: Jingle Bell.Quem quiser, pode conferir isto neste video abaixo:

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Nada a perder.



Está chovendo por aqui hoje e eu estou ouvindo a música "Enquanto durmo", da Zélia Duncan. Gosto quando ela canta: "De longe parece mais fácil/ Frágil é se aproximar..."
Como disse num post anterior, tenho, por aqui, mais contato com o mundo via internet.
Isto tem sido fascinante, de certa forma. Acho que posso dizer que fiz amigos virtuais, sem correr o risco de ser chamada de ridícula. (Posso?)
Talvez o mundo corcorde que a presença do outro é necessária à felicidade de todo ser humano.Aliás necessária à humanidade do ser humano.
Me lembrei agora daquele filme: "O náufrago". Emocionante, quando o tom Hanks (não me lembro o nome do personagem) fantasia o Wilson...A gente sente, com o personagem, o desespero da solidão absoluta. Comovente.
E não tem gente que nem tá ilhado e compra bonequinha inflável? Então...Imagine o náufrago ali, naquela situação limite...Eu, que sou mais fraca, já teria morrido na primeira semana. Morreria de tristeza, certamente, embora muita gente não acredite que tristeza mata.
Um dia, conversando com um colega médico, ele me perguntou:
-De que seu pai morreu?
Eu respondi:
-De depressão.
Meu colega, que pensa como médico, perguntou de novo:
-Não, mas qual foi a causa médica que o levou ao óbito?
E eu, pra deixar o meu colega- médico- satisfeito, respondi:
-Parada cardiorespiratória.
Pronto. Ele ficou satisfeito. Agora tinha uma resposta plausível. Uma resposta real. Sim porque dizer que alguém morreu de depressão é surreal...
Assim como o cintificismo daquele meu colega, acredito que deve haver gente que acha bizarro que alguém ( que deveria ter mais o que fazer no mundo real) invista em amizades virtuais. Imaginem só! Que frescura...Imagino, inclusive, alguns argumentos...
Tem tantos brasileiros a minha volta! Por quê fazer amizade virtual, não é mesmo? (Esta pergunta só faz quem não leu os primieros posts deste blog, não mora aqui, ou é de outra tribo, se é que me entendem...)
E que história boba esta de solidão? Quem trabalha não tem tempo pra isto. Ainda mais com uma família tão linda...Pra que sofrer? Quem é que tem o direito de sofrer se tem pernas e braços perfeitos, família, trabalho etc...(Ótimos argumentos para empurrar alguém mais para o fundo do poço...Afinal, uma culpa a mais é uma culpa a mais! Isto é: desnecessária e incoveniente...)
Para as mentes mais calculistas, tudo tem que ser lógico e esclarecido.Dois mais dois devem resultar sempre quatro. E qualquer possibilidade que fuja a isso é poesia. Ou loucura, tanto faz desde que não se misture à sagrada ciência...
Na poesia sim, as pessoas podem morrer de amor e de tristeza. Então, vamos à poesia! Esta beleza que nos deixa até morrer mais à vontade... E um viva as amizades virtuais, que se alegram, se animam e algumas vezes até se angustiam também...(Sério, quase tudo é possível!)
É... Neste mundo virtual tenho encontrado uma pessoa aqui, outra ali, muito interessante. Almas gentis, que me fazem comapanhia em alguns momentos.Mas não apenas gentis...Pessoas com quem é possível estabelecer algum diálogo entre almas. E para isto é preciso muita empatia. Concordo com Vinícius: "Agente não faz amigos, reconhece-os". Isto é mágico! E acontece também no ciberespaço, mas eu ainda não sabia...
Compartilhamos gostos e desgostos de vez enquando (afinal, não só de beleza vive uma amizade, mesmo a virtual).
Algumas vezes eu fico pensando...Será que um dia eu vou ver estas figuras face a face? É possível, afinal um dia volto ao Brasil, segundo o script...
Mas é que de longe parece mais fácil, não é? Tem coisas que saem de forma tão expontânea em frente à tela do computador. Depois eu me pergunto se as mesma coisas seriam reveladas olhos nos olhos.Talvez sim.Talvez não.
Esta relação quase platônica que a gente estabelece via internet pode até se desfazer na real. (E isto pode ser bem chato...) Mas, sinto que é válido.
Principalmente quando não temos o que perder (Acho que eu não tenho o que perder...)
Enquanto isto, deixo a chuva cair... Ela é bonita e lava. Lava tudo, Lava minha alma. É poesia. Coisa louca. Como a criação do Wilson, pelo náufrago. Como os amigos virtuosos e virtuais.
E isto é tudo por hoje...Ééé...Espero a chuva cair...

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Absurdos do cotidiano.



Ontem li uma notícia que me chamou a atenção. Hoje li, no blog do Darcy, uma nota a respeito desta mesma notícia, o que me levou a pensar novamente sobre o assunto...

O site que li trazia um dado inédito (desde 1995) a respeito de uma das metrópoles muldialmente famosas. Nehum homicídio registrado durante 24 horas na cidade de São Paulo!

Eu fiquei triste, confesso... (Era pra comemorar, né?).

Interessante. Aqui é digno de nota exatamente o contrário. Não só aqui, claro, mas em outros países também, onde o homicídio ainda é excessão.

Infelizmente dados como este encorajam muitos dekasegis a ficarem por aqui, trabalhando como peões pelo resto de suas vidas.

Já ouvi muitos pais e mães dizendo que preferem ficar pelo Japão para garantirem não apenas certa condição finaceira aos seus filhos. Aqui também podem oferecer às crianças o acesso a um ensino de qualidade mais elevada e maior possibilidade de segurança para sua família.

Isto é muito triste: nos sentirmos mais protegidos longe de casa.

Nosso país está tão imoral que, infelizmente, muitos, pelo que soube, saíram cultuando o Bope, depois que assistiram o filme "Tropa de Elite".

Acho que estou muito fora de moda mesmo... Continuo achando qualquer homicídio horroroso. Não importa de que lado vem, nem para onde vai. É cruel. Assustador. E se soluções drásticas (e dramáticas) como o Bope, por ex, têm mesmo que ser tomadas (?), isto não deveria ser comemorado pela massa do país, mas refletido.

Nos tornamos um país tão empobrecido que se torna inédito um dado como este: um dia sem homicídio na grande cidade paulista...

Fatos assim não deveriam ser absurdos?

Pátria amada. Salve! Salve! (E salve-se, quem puder...)


Para quem quiser conferir a notícia, seguem dois links abaixo:

http://www.estadao.com.br/cidades/not_cid92776,0.htm
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u353058.shtml

Trash

Hoje o dia começou bem...Saí de casa e fiquei com torcicolo, já bem cedo...Certo, coisas assim acontecem em dias de muito frio e vento...Da escola do Vic fui comprar pó de café. Quando fui pagar...ops! Cadê a carteira? Mico! Mico! Mico!
Beleza...Cheguei em casa, coloquei algumas roupas na máquina de lavar. Claro, a máquina deu pau. Resolveu parar no meio do processo. Simplesmente chega num ponto que a bichinha começa apitar, apitar e apitar...Assim, suuuuuuper normal acontecer isto, né? Então desisti de lavar as roupas por enquanto. Desliguei a máquina.Fui passar o aspirador de pó na casa. A-ha! Quebrei uma peça! Eu consegui quebrar uma peça do aspirador. (Acho que eu estou ficando boa nisto...)
Parei com tudo! Fiquei revoltada! Escrevi um post, mas antes de enviar quis visualizá-lo. Cliquei em visualizar...Tcharam! CADÊ O MEU POST??? O post SUMIU, minha gente! Sem explicação! Vuuuuupt! Desapareceu...Eu precisava falar com alguém...Eu precisava dividir minha ira...Peguei o celular e enviei um mail pro Alex. Contei pra ele que o dia está trash! Quem disse que o mail vai? Não vai! O maledito não vai de jeito maneira... E agora, por último, estou aqui tentando (de novo-ô bicho teimoso, que sou!) escrever um textículo que seja... Uma forma de extravasar minha indignação, entende? Preciso compartilhar. Pre-ci-so! (Socoooooooooorro!)
Desta vez não clicarei em visualizar...Vai que vai...(Espero que vá!)
Eiiiiiiiiiiita! Vida bandida!

sábado, 8 de dezembro de 2007

Caminhos...São coisas da vida.


"Eu não tenho nada pra dizer por isto digo..."
Já é dezembro e vemos, pelo Japão também, decorações de natal por todo o lado...
O Vic quis uma árvore de natal este ano. Compramos uma artificial. Montamos juntos. Ele ficou encantado! A alegria dele com a árvore deixou a casa mais iluminada que as luzes de enfeite...Vic é uma graça. Presença, pra mim, de alegria, força e esperança. Muitas vezes ("a gente se olha e não sabe se vai ou se fica...") olho para ele e tenho certeza de que caminho devo seguir...
A diferença, voltando ao mês de dezembro, é que aqui, além da decoração, nada muda no dia 25 de dezembro.
O Brasil pára nesta data. O Japão não. As crianças vão para escola normalmente, os pais trabalham como um dia qualquer. Enfim, nada especial. Ah, à noite do dia 25 de dezembro, no japão, come-se frango frito, geralmente...
Eu estava pensando...Mais um natal aqui! Poxa! Já se vão dois...Estamos há dois anos sem estudar ( Alex e eu)!
Quando voltarmos já estaremos muito distantes da Academia...Começaremos tudo do zero...(É o fim da picada, depois da estrada começa uma grande avenida...)
Alex até sugeriu que ao voltarmos, a gente se dê um tempo para um processo de reintegração e adaptação à sociedade, hehehe...
Faz sentido a idéia dele. Aqui estamos bem isolados de certa forma.
Alex está entre os peões da fábrica. E pelo que conta, o pessoal por lá é bem Uga-Buga. Por exemplo, eles classificam as mulheres em (apenas): trabalhadeiras (as que deixam suas casas bem arrumadas e a janta gostosa e pronta para eles) e as bonitas (dispensa explicação, né?). Insinuam que ele seja gay, porque macho que é macho não fica falando certinho. (Lembrando que ser gay, entre peões de fábrica, é bem constrangedor.)

Eu estou basicamente em contato com o mundo externo pela internet. Saio para levar o Vic aos seus afazeres (o guri tem uma agendinha cheia!), para fazer compras e ir para aula de Nihon-go dois dias na semana. Ou seja, a maior parte do tempo estou só.
Vic é o único da família que está bem integrado socialmente por aqui.
Mas o fato é que quando regressarmos teremos (re)contato com um universo diferente de pessoas e costumes. E nós já não seremos mais os mesmos...
Começaremos nova graduação, provavelmente. Teremos como coleguinhas de turma, uma garotada esperta, cheia de energia e que não fará idéia do que foi o Balão Mágico, por exemplo...(!)
Estaremos na contra-mão (de novo!). Talvez tenhamos como professores universitários ex colegas de turma de nossa primeira graduação. Tão estranho poderá ser...("Mas a noite é uma criança distraída..."). A verdade é que sempre bate uma vontade enorme de voltar correndo, aliás, voando...
Outro dia alguém me disse que, ao olhar o meu álbum no orkut, imaginou que vivo numa família -Doriana. Sabe como é isso, né? Aquela família de propaganda de TV...Todo mundo sorridente e feliz. Papai, mamãe e filhinho, reunidos ao redor da mesa antes de saírem para suas atividades (?) do dia...
Pois é. Aqui tem margarina no café da manhã sim. Tem sorriso e muito carinho. Mas tem tanta falha nos bastidores que nem conto para não apagar o brilho. Afinal é dezembro. É natal! Jesus nasceu! Vamos beber coca-cola!"São coisas da vida..."

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Se cada dia cai

Se cada dia cai, dentro de cada noite,
há um poço
onde a claridade está presa.

há que sentar-se na beira
do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência.

Pablo Neruda (Últimos Poemas)