Não se mate 1934 - BREJO DAS ALMAS |
Carlos, sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será. Inútil você resistir ou mesmo suicidar-se. Não se mate, oh não se mate, reserve-se todo para as bodas que ninguém sabe quando virão, se é que virão. O amor, Carlos, você telúrico, a noite passou em você, e os recalques se sublimando, lá dentro um barulho inefável, rezas, vitrolas, santos que se persignam, anúncios do melhor sabão, barulho que ninguém sabe de quê, praquê. Entretanto você caminha melancólico e vertical. Você é a palmeira, você é o grito que ninguém ouviu no teatro e as luzes todas se apagam. O amor no escuro, não, no claro, é sempre triste, meu filho, Carlos, mas não diga nada a ninguém, ninguem sabe nem saberá. Foto: "Patinho suicida" por Alexsandro Issao Sunaga- nov/2001 |
http://carlosdrummonddeandrade.com.br/poemas.php?poema=18 |
domingo, 10 de outubro de 2010
Eros, segundo Drummond
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2 comentários:
dorei a foto e o poema
brigadu
A Dory, de Procurando Nemo, diria pro patinho suicida: "continue a nadar, continue a nadar..."
:)
bjos
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