segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Dois Mil e Doze

Tenho uma relação irracional com os números, desde criança. Lembro-me que na escola, de repente, a gente passou a ser chamado não mais pelos nomes que nossos pais nos deram ou pelo apelido carinhoso que trazíamos de casa. Meu nome, por ex, sempre foi colocado entre o número 16 e 19 na lista de chamada. Já fui número 19 inúmeras vezes e tive que me acostumar com isso. Se não me falha a memória por uma vez, no colegial (era assim que a gente chamava: colegial, ou segundo grau), enfim, por uma vez já fui a persona número 21 na lista de chamada. Ano esquisito aquele...

Os números pares, por outro lado, me confortam. Gosto do 2, 4, 6, 8...Oito é o meu predileto. Olhando assim, rapidão, a gente nunca sabe onde é que começa e onde termina o desenho dele( essa coisa bonita também acontece com o zero, outro meu queridinho).

O número 9, apesar da sua imparcialidade- se é que me entendem- é um ímpar que aprendi a aceitar com menos resistência quando passei a vê-lo como um 6 invertido. Graças a essa flexiblidade estética é que aceitei que o último dígito do meu número de celular fosse 9.

Bem, no mais quero dizer que estou irracionalmente esperançosa porque chegamos ao ano de 2012. O 2011 me incomodou desde o início. É quase mística, confesso, essa ilusão e esperança de um recomeço como gosto- de parzinho. Enfim, acho que esse poderá ser um ano bom, na média.


ps: Ah, tem um número, um único número ímpar com o qual me simpatizo pelo seu desenho. É o número 7. Principalmente se ele é desenhado assim, sem um traço cortando-o ao meio. Aliás, uma curiosidade japonesa: os japoneses não cortam o sete. Inclusive, tive a experiência de não ser compreendida no Nihon por cortar o 7. Mais que isso, fui corrigida por causa dessa atravessada. Mas voltando ao sete-sem corte- gosto dele. Lembro-me dos 7 pecados capitais, das 7 cores do arco íris, que a semana tem 7 dias, da expressão "pintando o sete" e daquela música decriança que fala sobre isso.... Lembro-me também que já ouvi dizer que o número sete é o número "mais que perfeito". O sete soa suave, pelo menos em português. Mas, notem que até em outros idiomas tem som agradável esse número: siete, seven, shitchi (embora tbm signifique morte e por isso seja rejeitado pelos japoneses), sieben, sept, επτά... Não é bacana mesmo?




ERRATA: shitchi não significa morte em nihon-go. Falei bobagem. Shi (o número 4) é que tem esse significado. E já devo ter falado disso aqui no blog, alguma vez no passado...Dããã

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